quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

JES exonera governador do BNA


Novo governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior
Fonte: Drowski Notícias - 15 Janeiro 2015

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, exonerou hoje do cargo de governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, e em sua substituição nomeou José Pedro de Morais Júnior.

Segundo uma Nota de Imprensa da Casa Civil do Presidente da República, a que a Angop teve acesso, a exoneração de José de Lima Massano surge a pedido deste.

O governador cessante, José de Lima Massano, de 44 anos, foi nomeado ao cargo a  5 de Outubro de 2010,  quando rendeu Abraão Gourgel então nomeado ministro da Economia. Notabilizou-se como  um dos banqueiros mais respeitados em Angola que estudou contabilidade na Grã-Bretanha antes de regressar a Angola para trabalhar  na estatal de petróleo, Sonangol.


Esteve no  Conselho de Administração do Banco de Poupança e Créditos (BPC), e em 2006 mudou-se para o Banco Africano de Investimentos (BAI), onde a Sonangol é accionista, e se tornou o Presidente do Conselho Executivo  rendendo, Mário Palhares, do Banco de Negócios Internacional (BNI).

Novo Governador chantageou JES? 

O novo governador, José Pedro de Morais Júnior, foi ministro das Finanças até 2008, e segundo notícias, tivera deixado o governo  por divergências com o chefe do executivo.

Na sequência de vários desfalques de centenas de milhões de dólares das contas públicas, o Presidente   José Eduardo dos Santos chegou a ordenar um inquérito ao então ministro, José Pedro de Morais, e a sua prisão, a posteriori.

A informação publicada por um órgão de comunicação angolana, a 22 de Abril de 2013, dão conta de que o ex-ministro chantageou o presidente da República, alegando ter provas que embaraçam o mesmo.
Segundo a narração, durante o interrogatório a que foi sujeito por oficiais dos Serviços de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), José Pedro de Morais apresentou fotocópias de documentos e ordens assinadas por José Eduardo dos Santos para que se efectuassem transferências ilícitas de fundos para familiares seus.

José Pedro de Morais garantiu que tinha os originais em segurança nos Estados Unidos da América e, se algo lhe acontecesse, os documentos seriam publicamente revelados, o que provaria o envolvimento directo do Presidente em actos de suborno e alta corrupção.

Dos vários documentos partilhados por José Pedro de Morais com o SINSE ressaltou o pagamento de 40 milhões de dólares americanos de uma suposta dívida pública do governo provincial do Huambo à sua irmã Marta dos Santos – a “Mana” Marta.  O então ministro das Finanças explicou como se utilizava a dívida pública para desviar fundos de estado para familiares escolhidos pelo presidente, e como outros governantes, incluindo ele próprio, apanhavam a boleia para também saquearem a sua parte.

José Pedro de Morais contou que não só a Marta dos Santos não prestou serviços ao governo do Huambo, para reclamar a dívida, como cobrou duas vezes, sempre com ordens escritas do presidente. Ganhou assim 80 milhões de dólares americanos.

A mídia revelou também que Marta dos Santos estava a construir vários empreendimentos imobiliários em várias zonas da cidade em Luanda, incluindo duas torres junto ao Cine Tropical, no Maculusso.

Após se ter dedicado ao álcool, durante anos, com receio de ser morto, Pedro de Morais tem sido reabilitado aos poucos, por intervenção directa do general Higino Carneiro, actual governador do Kuando Kubango.

Enquanto ministro das Obras Públicas, o general Higino Carneiro teve a vida facilitada no aboletamento dos fundos da linha de crédito do Brasil, em parceria com a Odebrecht, pela cumplicidade de Pedro de Morais. Como retribuição da lealdade, Higino Carneiro recuperou o antigo ministro e colocou-o como seu assessor no Kuando-Kubango, província  que actualmente governa.

Para o efeito, José Pedro de Morais apenas realiza as suas viagens de Luanda a Menongue no seu jato privado, que permanentemente fica à sua disposição na pista do Menongue.
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