O instrumento financeiro liderado pelo filho do presidente
vale hoje USD 4,56 mil milhões. Até 2014 o Estado injectou nele USD 5046
milhões.
Por: Rede Angola - 23.09.2016
O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), liderado por José
Filomeno dos Santos, filho do presidente José Eduardo dos Santos, perdeu em
dois anos USD 486 milhões.
De acordo com a publicação do Expansão, o Fundo Soberano
recebeu uma dotação inicial de USD 5 mil milhões e mais USD 46 milhões para
despesas da organização e instalação, perfazendo um total de USD 5.046 milhões.
Segundo o último balancete do FSDEA, divulgado a 31 de Março deste ano, o valor
total dos activos é actualmente de USD 4,56 mil milhões.
O jornal disse que por diversas vezes contactou o Fundo
Soberano para obter mais informações sobre a desvalorização dos investimentos
colocados à sua disposição pelo governo, mas não obteve resposta. Bem como não
teve qualquer resposta sobre a não divulgação das demonstrações financeiras
relativas ao ano de 2015, que foram, inclusive auditadas por uma entidade
independente.
O Expansão questiona ainda o comunicado do FSDEA, que,
segundo o jornal, não deixa claro sobre a que se referem os activos de USD 4,56
mil milhões. Enquanto que numa parte do documento se referem ao montante como
“o valor total dos activos”, em outra parte, descreve a publicação, diz apenas
“o valor total dos activos presentes no portefólio”.
A notícia explica que o portefólio do Fundo Soberano é
constituído “por investimentos directos, através de fundos de private equity constituídos
pelo próprio FSDEA, e títulos e valores mobiliários, como acções, obrigações e
fundos de cobertura”. No último balancete divulgado, de acordo com cálculos do
Expansão, a carteira de títulos valia USD 1.840 milhões, enquanto que os fundos
private equity para investimentos interno e em países da África Subsariana
totalizavam USD 2.720 milhões.
“Estes fundos visam gerar novas fontes de receita para o
Estado, bem como apoiar o desenvolvimento de novos ramos industriais, além da
exploração petrolífera. Apesar da instabilidade económica da região,
continuaremos a investir em ramos e classes de activos específicos para colher
receitas durante a retoma do ciclo económico no continente africanos”, disse o
presidente do Fundo Soberano, José Filomeno dos Santos.
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