quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

UNITA defende uso de reservas do petróleo para compensar quebra de receitas



Fonte: Lusa - 20 JANEIRO 2015

Luanda - O líder da UNITA rejeitou nesta segunda-feira, 19, que Angola esteja em crise, como anunciou o Governo, devido à baixa do preço do barril do petróleo no mercado internacional, recordando que foram feitas reservas durante alguns anos resolver situações como esta.

Na nossa maneira de ver, o país não está em crise, porque essa alteração do preço do petróleo é algo que toda a gente previa. Mesmo quando o preço apreciar estar estabilizado, por experiência, sabemos que o preço do petróleo não está estabilizado durante décadas, há sempre possibilidades de baixar", referiu Isaías Samakuva.

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição em Angola, falava durante um encontro informal que manteve com a imprensa, em Luanda, para abordar a actual situação do país.

Recordou que foi neste contexto que foram feitas reservas pelo Governo, sobretudo do excedente das receitas do petróleo. "Tínhamos durante os últimos dois anos, se não estou em erro, o preço [cada barril] avaliado em 98 [dólares], quando sabíamos que estava acima de cem dólares", clarificou o líder da UNITA.

"O que precisamos hoje, quando o preço do petróleo baixa, é exactamente utilizar estes montantes, tanto os que estão no Fundo Soberano de Angola, como os que constituem outras reservas", frisou ainda.

Face à forte quebra na cotação internacional do petróleo, o executivo angolano, suportado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de José Eduardo dos Santos, já anunciou uma revisão ao Orçamento Geral do Estado de 2015.

Por outro lado, Isaías Samakuva defendeu que o corte à subvenção dos combustíveis levado a cabo pelo Governo angolano devia ser efectuado de forma selectiva, com a identificação de sectores produtivos, como transportes, pescas e agricultura.

"O que está a acontecer agora é que a sociedade acorda e os preços dos combustíveis estão altos, e ninguém foi avisado, ninguém sabe se para ali ou vai continuar e achamos que o cidadão precisa de ser informado, respeitado", disse o político.

Questionado sobre a situação da UNITA, nomeadamente se pretende recandidatar-se à liderança do partido no XII congresso a ser realizado este ano, Isaías Samakuva considerou ser muito cedo para responder à pergunta. "Não chegou ainda a altura, sabemos que vamos fazer o congresso, mas o partido tem outras prioridades que também precisa de enfrentar", rematou.
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