Fonte:Revista Cibernética – 15 de Dezembro de 2014
Termina
mais um ano: um ano lectivo, um ano laboral, um ano orçamental, um ano de
mandato governamental, um ano que pode ser visto e definido em diversas maneiras.
Pela
primeira vez, o país conseguiu realizar um censo populacional que preliminarmente
nos posiciona em 24.300.000 de habitantes no território nacional, restando ainda
ao Instituto Nacional de Estatísticas esclarecer-nos as estimativas
definitivas, sobre tudo de quantos angolanos somos, quantos estrangeiros vivem
conosco, etc, afim de traçarmos planos concretos e realistas sobre as nossas
necessidades, dentre outras: empregos, escolas, habitação, hospitais que
precisamos de acordo ao êxodo populacional de cada localidade.
O
parlamento aprovou um Orçamento Geral do Estado (OGE), que de acordo aos
partidos da oposição, “saiu conforme entrou” de acordo aos caprichos do poder instituído.
Um
dos aspectos positivos do censo populacional é que devia influenciar e ser a
base da elaboração do OGE. Foi o caso?
Para
os alunos e estudantes, o mês do censo, Maio, não apenas foi de férias
prolongadas mas também tiveram de pagar as propinas, diante da incompetência dos
ministérios da Educação e do Ensino Superior, que hora diziam que os alunos e estudantes
não deviam pagar, hora deviam pagar, e finalmente os educandos e seus
encarregados de educação tiveram mesmo que pagar.
Por
causa do feriado de Maio, o ano lectivo 2014 terminará em Janeiro de 2015, mês
em que foram transferidos os exames especiais, que também deverão ser pagos.
O
ano de 2014 também caracterizou-se por crimes cada vez mais cruéis, por
exemplo: a bancária que foi assassinada pela amiga, a jovem bonita que pediu
boleia e com o namorado roubaram e assassinaram um jovem solidário; Houve o
caso do “Samy” que ressuscitou no Soyo, Zaire, e que agora encontra-se detido por
acusação de imigração ilegal.
Os
acontecimentos não pararam em “petit” crimes, por vezes passionais, pois o 2014
foi também marcado por grandes fugas de capitais, roubo do erário público,
tráfico de influência e impunidade, dentre os casos consta o “BESA”, onde
sumiram 5,7 mil milhões de dólares e que o presidente angolano, José Eduardo
dos Santos socorreu sem prender ninguém obviamente porque na lista dos devedores
constam membros do bureau político do seu próprio partido, MPLA; E um outro
caso de confisco de milhões de dólares e outros bens, que abalou a sociedade
angolana, ocorreu com o conflituoso general angolano Bento dos Santos Kangamba
pela Polícia Judicial portuguesa.
Em
2014, a desgovernação de Angola não cingiu-se apenas ao roubo do erário público
e impunidade dos autores, mas o país também retrocedeu no índice de desenvolvimento
humano, destacando-se dentre os mais corruptos do mundo.
Houve
um grande défice e declínio quanto a protecção e garantia dos direitos
fundamentais dos cidadãos, não apenas socioeconómicos e culturais, como também
o direito de reunião e manifestação, de imprensa, de opinião crítica ao “status
quo”, que sofreram graves violações constitucionais, destacando-se o caso da jovem
universitária Laurinda Manuel Gouveia, espancada impiedosamente até a exaustão,
por sete comandantes da Polícia Nacional de Angola.
O
ano de 2014, foi período de crescente insatisfação dos governados angolanos, e
destapou-se mais a careca do regime do MPLA, que mostrou-se uma vez mais
abalado e medroso com as críticas e intervenções sociais anti-regime, após
acompanhar o derrube popular do ditador do Burkina Faso.
Tal
como termina mais um ano, aumenta cada vez mais a experiência e conhecimento
dos governantes e governados, numa luta em prol de uma Angola melhor, e a
Revista Cibernética estará presente em 2015, para “juntos teclarmos para a
mudança”.
0 comentários:
Enviar um comentário