terça-feira, 23 de dezembro de 2014

“Um dos aspectos positivos do censo populacional é que devia influenciar e ser a base da elaboração do OGE”, Pedrowski Teca em Carta do director da Revista Cibernética




 Fonte:Revista Cibernética – 15 de Dezembro de 2014

Termina mais um ano: um ano lectivo, um ano laboral, um ano orçamental, um ano de mandato governamental, um ano que pode ser visto e definido em diversas maneiras.

Pela primeira vez, o país conseguiu realizar um censo populacional que preliminarmente nos posiciona em 24.300.000 de habitantes no território nacional, restando ainda ao Instituto Nacional de Estatísticas esclarecer-nos as estimativas definitivas, sobre tudo de quantos angolanos somos, quantos estrangeiros vivem conosco, etc, afim de traçarmos planos concretos e realistas sobre as nossas necessidades, dentre outras: empregos, escolas, habitação, hospitais que precisamos de acordo ao êxodo populacional de cada localidade.

O parlamento aprovou um Orçamento Geral do Estado (OGE), que de acordo aos partidos da oposição, “saiu conforme entrou” de acordo aos caprichos do poder instituído.

Um dos aspectos positivos do censo populacional é que devia influenciar e ser a base da elaboração do OGE. Foi o caso?

Para os alunos e estudantes, o mês do censo, Maio, não apenas foi de férias prolongadas mas também tiveram de pagar as propinas, diante da incompetência dos ministérios da Educação e do Ensino Superior, que hora diziam que os alunos e estudantes não deviam pagar, hora deviam pagar, e finalmente os educandos e seus encarregados de educação tiveram mesmo que pagar.

Por causa do feriado de Maio, o ano lectivo 2014 terminará em Janeiro de 2015, mês em que foram transferidos os exames especiais, que também deverão ser pagos.

O ano de 2014 também caracterizou-se por crimes cada vez mais cruéis, por exemplo: a bancária que foi assassinada pela amiga, a jovem bonita que pediu boleia e com o namorado roubaram e assassinaram um jovem solidário; Houve o caso do “Samy” que ressuscitou no Soyo, Zaire, e que agora encontra-se detido por acusação de imigração ilegal.

Os acontecimentos não pararam em “petit” crimes, por vezes passionais, pois o 2014 foi também marcado por grandes fugas de capitais, roubo do erário público, tráfico de influência e impunidade, dentre os casos consta o “BESA”, onde sumiram 5,7 mil milhões de dólares e que o presidente angolano, José Eduardo dos Santos socorreu sem prender ninguém obviamente porque na lista dos devedores constam membros do bureau político do seu próprio partido, MPLA; E um outro caso de confisco de milhões de dólares e outros bens, que abalou a sociedade angolana, ocorreu com o conflituoso general angolano Bento dos Santos Kangamba pela Polícia Judicial portuguesa.

Em 2014, a desgovernação de Angola não cingiu-se apenas ao roubo do erário público e impunidade dos autores, mas o país também retrocedeu no índice de desenvolvimento humano, destacando-se dentre os mais corruptos do mundo.

Houve um grande défice e declínio quanto a protecção e garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos, não apenas socioeconómicos e culturais, como também o direito de reunião e manifestação, de imprensa, de opinião crítica ao “status quo”, que sofreram graves violações constitucionais, destacando-se o caso da jovem universitária Laurinda Manuel Gouveia, espancada impiedosamente até a exaustão, por sete comandantes da Polícia Nacional de Angola.

O ano de 2014, foi período de crescente insatisfação dos governados angolanos, e destapou-se mais a careca do regime do MPLA, que mostrou-se uma vez mais abalado e medroso com as críticas e intervenções sociais anti-regime, após acompanhar o derrube popular do ditador do Burkina Faso.


Tal como termina mais um ano, aumenta cada vez mais a experiência e conhecimento dos governantes e governados, numa luta em prol de uma Angola melhor, e a Revista Cibernética estará presente em 2015, para “juntos teclarmos para a mudança”.

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