Fonte: Lusa - 22 dezembro 2014 22:54
O ex-administrador executivo do BES Joaquim Goes disse hoje que o banco desconhecia quem eram os clientes finais dos créditos atribuídos pelo BES Angola (BESA), um dos temas de maior destaque na comissão de inquérito parlamentar portuguesa sobre o tema.
Questionado pelo deputado Miguel Tiago, do PCP, Goes disse que "com certeza" que o BES desconhecia os clientes finais dos créditos atribuídos em Angola pelo BES.
O banco angolano cedeu empréstimos superiores a 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros ao câmbio actual).
Joaquim Goes reforçou perante os deputados da comissão de inquérito, onde está a ser ouvido desde as 09:00, que o BESA tinha "perfeita autonomia" e "nenhum indício" existia sobre eventuais problemas na entidade, nomeadamente na carteira de crédito.
Hoje é o último dia de trabalho do ano para a comissão parlamentar portuguesa. Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do Banco Espírito Santo (BES), o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
A 03 de Agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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