sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Diálogo juvenil fora do contexto africano - Júlio Vicente (Kinguadi)



Fonte: Club-k.net - 23 Agosto 2013

Luanda – A ideia é bastante positiva, mas peca pelo facto de não estar inserida com base nos valores culturais. Os frutos a serem colhidos não terão impacto emocional na sociedade porque, em primeiro lugar, Angola precisa de uma agenda nacional de consenso alicerçada nos valores orgânicos nacionais que foram destruídos durante a colonização, de forma a obter neste diálogo a consciência colectiva que produzirá, o propósito do colectivo.

É com base no propósito colectivo que as energias emocionais dos jovens terão direcção. E não nos esqueçamos que as energias emocionais é que determinam na pessoa humana o estado de saúde, a longevidade e é a mesma que gera e destrói vidas se não sabermos transformar as energias emocionais negativas dos jovens em energia pura.

Neste diálogo juvenil nota-se que os jovens já partem fragilizados na estrutura de reflexão nos debates pelo facto de terem perdido a sua consciência histórica, porque a maioria dos jovens pensam que a África despertou com as chegadas dos europeus e o desenvolvimento iniciou após as independências.

O que contrasta com as evidências arqueológicas que mostram que os europeus quando cá chegaram encontraram ruas bem estruturadas, indústrias prósperas, uma educação moral e cívica acima da média e os seus governantes negociavam em pé de igualdade com os seus homólogos ocidentais.

Outro factor negativo nesse diálogo é a ausência nos debates das leis sócias de África que é o legado dos seus ancestrais. Só as leis originais de um povo promovem o amor, motivação, equilíbrio, balanço, etc.

A apetência material imediata por parte dos jovens só está acontecer pelo facto de desconhecerem as leis sociais africanas, e por sinal o materialismo não faz parte as características da consciência da raça negra.

Nos últimos anos os negros africanos têm se preocupado bastante com eleições para a permanência ou alternância do poder, com associações, reuniões, convívios, consumos de bebidas alcoólicas ao invés de se discutir com profundidade a maldição colectiva existente no continente.

*Investigador africano


Júlio Vicente
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