segunda-feira, 17 de junho de 2013

Subsídios para casa própria




Fonte. Jornal de Angola

O Estado prevê a criação de subsídios directos aos compradores de casas dos segmentos de baixo e médio rendimento, com o objectivo de ajudar a transformar a procura potencial numa oferta efectiva, anunciou o ministro do Urbanismo e Habitação. 

José António da Conceição e Silva garantiu que estes subsídios directos podem adoptar a forma de redução do preço de compra ou dos encargos de financiamento, através da bonificação dos juros. 

“O subsídio à habitação é indispensável, tendo em conta o ainda baixo rendimento médio das famílias angolanas e o ainda difícil acesso ao financiamento para a compra da casa própria”.

Ao falar num fórum sobre “Crise? Ou crescimento do sector imobiliário em Angola”, promovido pela imobiliária Imogestin, o ministro reconheceu que ainda existe no país um desequilíbrio entre a procura e a oferta de habitação condigna nos segmentos de baixo e médio rendimento. 

Face a esta situação, o Executivo continua a levar a cabo o seu vasto programa habitacional com acesso à compra de habitação pronta, na modalidade de renda resolúvel e à auto-construção dirigida.

Nesta última, o Executivo vai assegurar igualmente os custos de infra-estruturação dos terrenos, tal como os equipamentos sociais, viabilizando, dessa forma, a construção de moradias a custos reduzidos, particularmente no seguimento de interesse social. 

“É importante que o Estado constitua um parque imobiliário próprio de forma a regular a formação dos preços neste mercado, no qual ainda se constatam distorções significativas dos preços em prejuízo dos cidadãos”, sublinhou o ministro. 

Sem espaço para média alta 

O  ministro José António da Conceição e Silva referiu, além disso, que o sector habitacional no país ainda representa cerca de 70 por cento do mercado imobiliário, em relação aos sectores de serviços e equipamentos.

A estabilidade macroeconómica do país, realçou, promove todos os dias a vinda de grandes empresas multinacionais e com isso a procura de instalações, revelando a escassez de oferta face à procura. 

“Há necessidade do empresariado investir mais no sector de serviços e equipamentos onde a procura já é cada vez maior, principalmente nos centros das cidades em Angola”, disse, acrescentando que apesar de se verificar que o custo unitário de metro quadrado de construção registou um aumento, perspectiva-se para o sector imobiliário um dinamismo crescente nos próximos anos.

O representante da empresa de consultoria Delloite, Ricardo Gonçalves, disse que o mercado imobiliário para a classe média alta e alta já está esgotado. 

Ao apresentar um estudo sobre o mercado imobiliário em Angola, assegurou, sem apresentar indicadores estatísticos, que nos últimos anos foram realizados grandes investimentos para este segmento da sociedade, “que hoje se encontra esgotado”. 

Por isso, considerou ser necessário que os promotores imobiliários comecem a apostar neste novo segmento, até aqui assumido pelo Executivo.
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