O
Estado prevê a criação de subsídios directos aos compradores de casas dos
segmentos de baixo e médio rendimento, com o objectivo de ajudar a transformar
a procura potencial numa oferta efectiva, anunciou o ministro do Urbanismo e
Habitação.
José
António da Conceição e Silva garantiu que estes subsídios directos podem
adoptar a forma de redução do preço de compra ou dos encargos de financiamento,
através da bonificação dos juros.
“O
subsídio à habitação é indispensável, tendo em conta o ainda baixo rendimento
médio das famílias angolanas e o ainda difícil acesso ao financiamento para a
compra da casa própria”.
Ao falar num fórum sobre “Crise? Ou crescimento do sector imobiliário em
Angola”, promovido pela imobiliária Imogestin, o ministro reconheceu que ainda
existe no país um desequilíbrio entre a procura e a oferta de habitação
condigna nos segmentos de baixo e médio rendimento.
Face a
esta situação, o Executivo continua a levar a cabo o seu vasto programa
habitacional com acesso à compra de habitação pronta, na modalidade de renda
resolúvel e à auto-construção dirigida.
Nesta última, o Executivo vai assegurar igualmente os custos de
infra-estruturação dos terrenos, tal como os equipamentos sociais,
viabilizando, dessa forma, a construção de moradias a custos reduzidos,
particularmente no seguimento de interesse social.
“É importante que o Estado constitua um parque imobiliário próprio de forma a
regular a formação dos preços neste mercado, no qual ainda se constatam
distorções significativas dos preços em prejuízo dos cidadãos”, sublinhou o
ministro.
Sem espaço para média alta
O
ministro José António da Conceição e Silva referiu, além disso, que o sector
habitacional no país ainda representa cerca de 70 por cento do mercado
imobiliário, em relação aos sectores de serviços e equipamentos.
A
estabilidade macroeconómica do país, realçou, promove todos os dias a vinda de
grandes empresas multinacionais e com isso a procura de instalações, revelando
a escassez de oferta face à procura.
“Há
necessidade do empresariado investir mais no sector de serviços e equipamentos
onde a procura já é cada vez maior, principalmente nos centros das cidades em
Angola”, disse, acrescentando que apesar de se verificar que o custo unitário
de metro quadrado de construção registou um aumento, perspectiva-se para o
sector imobiliário um dinamismo crescente nos próximos anos.
O
representante da empresa de consultoria Delloite, Ricardo Gonçalves, disse que
o mercado imobiliário para a classe média alta e alta já está esgotado.
Ao
apresentar um estudo sobre o mercado imobiliário em Angola, assegurou, sem
apresentar indicadores estatísticos, que nos últimos anos foram realizados
grandes investimentos para este segmento da sociedade, “que hoje se encontra
esgotado”.
Por isso,
considerou ser necessário que os promotores imobiliários comecem a apostar
neste novo segmento, até aqui assumido pelo Executivo.
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