Comandante da Polícia de Luanda, Bety Frank |
Fonte:
drowski3.blogspot.com – 03.06.2013
Luanda – Os
serviços prisionais da Comarca de Viana estão a submeter à fome o jovem
activista, Emiliano Catumbela, detido aquanto da realização de uma vigília
reprimida a bastonadas a 27 de Maio de 2013.
Catumbela é
membro do Movimento Revolucionário de intervenção social que tem reivindicado
os direitos dos angolanos e a resignação do Presidente José Eduardo dos Santos
desde 2011. A vigília pacífica pretendia marcar um ano desde o desaparecimento
de outros dois activistas, Álves Kamulingue e Isaías Cassule.
Desde a sua
detenção, familiares e companheiros do jovem, têm levado alimentos e
através de contactos internos na comarca, descobriram que o detido não tem
recebido a alimentação.
A denúncia
foi feita por Adolfo Campos, um dos integrantes do Movimento Revolucionário,
que mostrou-se preocupado com a situação.
“Isto é
realmente preocupante e revoltante porque já o prenderam injustamente e agora
querem o matar a fome”, disse Adolfo Campos.
“Disseram-nos
que ele tem sobrevivido através dos restos de comidas deixados por outros
presos na comarca”, disse outro jovem, Alemão Monstro Imortal.
Apesar de
cumprirem os pressupostos legais, a tentativa de realização da vigília foi fortemente
reprimida à bastonas pela polícia angolana no cumprimento de supostos “ordens
superiores”, desta feita, tendo resultado em vários feridos e onze detidos que
foram libertos, excepto o Emiliano Catumbela.
As
autoridades angolanas abriram dois processos contra o jovem Catumbela onde no
primeiro é acusado de “ofensas corporais” (processo número 5618/03-02) e no
segundo de “tentativa de homicídio” num processo número 2176/2013, onde o
queixoso é a mesma entidade que o prendeu: Eduardo António Nunes Diogo, Comandante
Municipal da Polícia da Maianga em Luanda.
Emiliano
Catumbela encontra-se detido sem comparecer em tribuanl na Comarca de Viana e é
o preso número 5 no Bloco A do Primeiro andar do mesmo centro prisional.
A comarca de
Viana apenas permite visitas às quartas-feiras
e requisita aos visitantes, o tratamento de cartões de visita num dia antes do
encontro à preço de 100 Kwanzas anexado 2 fotografias do tipo passe e o Bilhete
de Identidade.
Antes de
chegar à Comarca de Viana, o jovem foi primeiramente detido na Direcção
Provincial de Investigação Criminal (DPIC) e posteriormente na 19ª Esquadra do
Bairro Catinton.
O advogado,
Salvador Freire, reclama por não o terem deixado ter contacto com o seu cliente,
que foi interrogado, segundo denúncias, com métodos assustadores que deixaram-no
com olhos inflamados e roxo e o corpo com manchas e dores.
Segundo o
website Maka Angola, “foi
a própria comandante provincial da Polícia Nacional, Comissária Elizabeth
“Bety” Rank Frank, quem pessoalmente ordenava, no local, aos agentes para
espancarem os jovens e atingi-los na cabeça”, e no caso do Emiliano, foi torturado
com alicates pela Polícia Militar.
Jovens
do Movimento Revolucionário denunciaram que o Emiliano esteve foi torturado por
não poder responder à questões como: quem é o líder do Movimento
Revolucionário, e quais os partidos políticos que andam por detrás das actividades
enveredadas pelo mesmo.
Os advogados
de defesa da Associação Mãos Livres, Salvador Freire e David Mendes, foram
ordenados por um magistrado a juntarem os dois processos e encontram-se hoje, segunda-feira,
3 de Junho, trabalhando no caso.
Membros do Movimento Revolucionários detidos aos 3 de Setembro de 2011, libertos após cerca de 45 dias. |
Jovem actualmente detido Emiliano Catumbela |
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