À extrema direita, o queixoso Comandante Diogo que como a foto indica, foi o mandão da agressão no local |
Fonte: drowski3.blogspot.com – 02.06.2013
Luanda – Emiliano Catumbela, jovem
pertencente ao Movimento Revolucionário de intervenção social angolano, detido
à 5 dias, vê-se actualmente confrontado com duas queixas, dois processos crimes
diferentes e já encontra-se transferido num terceiro local de detenção, uma
prisão de alta segurança.
Detido primeiramente na Direcção
Provincial de Investigação Criminal (DPIC), foi transferido para a 19ª Esquadra
do Bairro Catinton e finalmente encontra-se na prisão de alta segurança,
Comarca de Viana, em Luanda.
Estas transferências foram feitas
sem o conhecimento do advogado de defesa e familiares do detido.
Jovens do Movimento Revolucionário
defendem que por não ter comparecido perante um tribunal, Emiliano Catumbela
devia estar simplesmente numa cela de detenção numa esquadra e não em prisão de
alta segurança.
Detido, Emiliano Catumbela |
Emiliano foi o mais infeliz de uma
dezena de seus companheiros que foram detidos na noite do dia 27 de Maio de
2013, quando tentavam realizar uma vigília pacífica que marcava exactamente um
ano desde o desaparecimento de dois activistas, Isaías Cassule e Álves Kamulingue.
Apesar de cumprirem os pressupostos
legais, a vigília foi reprimida à bastonas pela polícia angolana no cumprimento
de supostos “ordens superiores”. Desta feita, tendo resultado em vários feridos
e onze detidos que foram libertos, excepto o Emiliano Catumbela.
Catumbela foi primeiramente detido
sob a acusação de “ofensas corporais” na DPIC, onde as autoridades abriram o
processo número 5618/03-02 e devia ter comparecido no dia 29 de Maio na
Procuradoria Geral da República (PGR), o que não se realizou porque a polícia
não chegou a transportá-lo no local, mas sim, transferiu-o para a 19ª Esquadra
do Bairro Catinton.
“Inventaram um novo
processo. A primeira acusação foi invalidada e fabricaram uma outra acusação,
isso é o que nos constatamos. [...] Não compreendemos, estamos estupefactos com
esta situação”, disse o advogado, Salvador Freire numa entrevista.
Na tentativa de visitar e
comunicar-se com o seu companheiro, os jovens do Movimento Revolucionário
deslocaram-se à esquadra e um deles, Alemão Monstro Imortal, narrou o seguinte:
“Este é um triste quadro. Uma presa (reclusa) dispensada
contou-nos quando chegamos no local, dizendo que “vocês estão a procura de um jovem
que está com uma batina de cor preta? o mesmo está ensanguentado com o rosto
inflamado e uma vista (olho) que não está a abrir”.
A Front Line Defenders contactou,
por intermédio da sua pesquisadora Marina Lourenço, ligando a partir da
Irlanda, o Comandante-Geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, para
indagar sobre o tratamento que estará a ser dado ao activista Emiliano
Catumbela.
“Ambrósio disse que não sabe quem é Emiliano Catumbela, e que tanto quanto ele sabe, ninguém foi preso após a vigília. Também disse que não cabia a mim procurar saber se um cidadão está a ser bem tratado ou não, e por fim desligou o telefone e deixou-me a falar sozinha enquanto eu insistia em saber o motivo pelo qual o Emiliano segue detido sem ter acesso ao seu advogado. Ele a certa altura contradisse-se, pois mencionou que haveriam acusações de que o ativista teria atirado pedras à polícia” reportou Marina Lourenço.
Emiliano Catumbela foi interrogado na ausência do seu advogado de defesa às 15 horas do dia 30 de Maio, quando se descobriu que as autoridades angolanas abriram um novo caso contra o jovem.
Desta vez, sob um novo processo
número 2176/2013, o jovem foi acusado de “tentativa de homicídio” e o queixoso
é a mesma entidade que o prendeu: Eduardo António Nunes Diogo, o Comandante
Municipal da Polícia da Maianga em Luanda.
Já no quarto dia, sem ter acesso ao
seu advogado, foi-lhe permitido apenas a visita de sua mãe na manhã de
Sexta-feira, 31 de Maio.
Os advogados de defesa, Salvador
Freire e David Mendes informaram aos jovens do Movimento Revolucionário ao
meio-dia de que o magistrado pediu que juntassem os dois processos afim de que
se faça algo sobre caso.
Quando eram 17 horas na Sexta-feira,
31 de Maio, e sem o conhecimento dos
advogados, Emiliano Catumbela foi transferido para a Comarca de Viana onde o
seu nome consta numa lista colada no mesmo centro prisional.
“Acabo
de confirmar nas listas coladas na “vitrine”, o nome do nosso mano. Ele é o
preso número 5/ Bloco-A /1º Andar. As visitas só são permitidas às Quartas-feiras.
Requisitos para os visitantes: 2 fotos
tipo passe para tratar o cartão de visita acompanhado com o BI (Bilhete de
Identidade). NB: o cartão deve ser tratado antes do dia da visita,e o mesmo
custa 100 kwanzas” disse Alemão o Monstro Imortal.
Já
o outro colega, Manuel Nito Álves, comunicou que o “Emiliano Catunbela já
encontra-se preso na Comarca de Viana no Bloco: A, Primeiro Andar. Visita
especial somenete às Quartas-feiras de todas as semanas”.
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