quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ministro do Interior anuncia criação de Conselhos Comunitários e chama atenção aos usuários de redes sociais



Fonte: Jornal de Angola

O ministro do Interior, Ângelo Veiga, anunciou ontem em Luanda a criação de conselhos comunitários de segurança, para aproximar as forças da ordem às comunidades.

Ângelo Veiga falava na abertura das primeiras jornadas sobre segurança pública e pediu o contributo das comunidades “na garantia da paz, harmonia social, tranquilidade e uma adequada segurança pública”. O ministro disse que a criação destes órgãos nas comunidades vai permitir às autoridades administrativas desenvolver políticas adequadas que ajudem a uma efectiva segurança pública.

Ao garantir uma resposta policial célere, permanente e definitiva, o ministro do Interior reconheceu que um combate cerrado à criminalidade requer a participação de toda a sociedade. Ângelo Veiga defendeu uma ampla discussão e participação da sociedade, por entender que o seu contributo vai permitir que as políticas inscritas na agenda do Executivo reflictam sobre as reais preocupações das comunidades. 

O titular da pasta do Interior afirmou que é urgente a adequação correcta das medidas tendentes a uma maior inclusão social e as de carácter educativo, preventivo e de combate à criminalidade, para que a segurança pública seja permanente.

“A sociedade não pode ficar indiferente aos desvios da formação da personalidade e de conduta de alguns dos seus membros, principalmente os adolescentes e jovens que acabam por resvalar para o mundo da marginalidade e da criminalidade”, alertou o ministro.  

Redes sociais e criminalidade

O ministro chamou ainda à atenção para a existência de “internautas” que usam as redes sociais e as novas tecnologias para difundir “notícias falaciosas” que alimentam um sentimento de desconfiança, insegurança e medo.
Acrescentou que “certos sectores minoritários da sociedade, imbuídos de má-fé, são influenciados por correntes de pensamentos estranhos aos interesses dos angolanos”.  Ângelo Veiga defendeu que a solução para a saída da pobreza, sejam quais forem as causas, não passa pela prática de actos criminosos. Citou exemplos de jovens empreendedores que aderiram aos vários programas do Executivo e realizam actividades para de modo honesto e digno vencerem as adversidades da vida. Falou ainda dos programas de combate à fome e à pobreza, o Balcão Único do Empreendedor e o Micro Crédito. “É preciso que os jovens sejam educados com base em valores que se ajustem à nossa cultura e à Constituição da República, evitando assimilação de condutas que os levem ao abandono dos bons hábitos e costumes e das boas práticas”, defendeu.

Durante o seminário, que decorre sob lema “Para uma melhor segurança pública, maior acção preventiva e de combate ao crime”, foi também abordada a situação da criminalidade em Angola e medidas de combate.
Arnaldo Manuel Carlos, comissário da Polícia Nacional, reconheceu que os dados estatísticos referentes à criminalidade em Angola indicam que há uma tendência de aumento, devido a factores de natureza económica e social. O oficial da Polícia Nacional entende que uma melhor resposta passa pelo conhecimento das causas e factores que desencadeiam a criminalidade, tendo em consideração que o crime é um fenómeno social e o seu combate deve ser de todos.

Os roubos são das principais preocupações de segurança pública, por serem causa da prática de homicídios voluntários, ofensas corporais e crimes de danos. Arnaldo Carlos anunciou a detenção de 48.494 indivíduos envolvidos na prática de crimes, dos quais 12.848 por violação de fronteira e 3.557 por diversas infracções contra a economia e a detenção de 2.475 marginais pertencentes a 562 grupos de malfeitores.

No seminário organizado pelos ministérios do Interior, Justiça e Juventude e Desportos participaram membros do Executivo, deputados, magistrados do Ministério Público oficiais das Forças Armadas e Polícia e membros da sociedade civil.
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