O anúncio da venda de
51% do grupo que integra os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O
Jogo e a rádio TSF traz à ribalta o nome de António Mosquito Mbakassi, o
empresário angolano detentor do fundo de capital de risco que agora controla a
Controlinveste. O esquerda.net revela alguns dos negócios do homem que fez
fortuna à sombra do regime de Luanda.
Segundo a imprensa angolana, António
Mosquito Mbakassi gosta de se apresentar como uma figura independente dos
partidos de Angola, mas a sua carreira de empresário também surge associada aos
meios próximos de José Eduardo dos Santos. Mosquito assumiu a gerência da firma
Oliveira Barros & Cia, onde trabalhava, quando os donos regressaram a
Portugal. Natural do Huambo, praça-forte da UNITA, aceitou as oportunidades que
lhe foram dadas pelo poder do MPLA no fim da guerra civil, mas nunca se filiou
no partido.
O grupo empresarial que fundou -
Mbakassy & Filhos - distribui os seus interesses pela importação de
viaturas Audi e Volkswagen - na maioria com destino aos serviços do Estado
angolano e ao uso particular da elite empresarial e política - e pelo petróleo,
através da Falcon Oil, uma empresa registada no offshore do Panamá e da qual a
ONG Global Witness afirmava ser detida também pelo traficante de armas
condenado em França no 'Angolagate', Pierre Falcone. A empresa veio negar
publicamente essa ligação em 2011. A Falcon Oil participa na prospeção e
exploração em cinco blocos petrolíferos angolanos.
Os interesses deste empresário passam
também pela construção civil, onde surge associado à Teixeira Duarte e à
Odebrecht e pelo setor diamantífero, através da KSM-Kassypai Sociedade Mineira.
Mas também pelas novas tecnologias: a sua empresa Microcenter surge como
parceira da Novabase na empresa NBASIT, criada em 2010. Mosquito detém ainda
12% do capital do Banco CaixaTotta Angola, controlado pela Caixa Geral de
Depósitos e o Santander. A Sonangol tem um quarto do capital do banco, colocado
em sétimo lugar no ranking da banca angolana.
Saiba mais sobre António Mosquito AQUI.
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O nome de António Mosquito Mbakassi
surge ainda associado ao negócio da instalação em Angola de uma linha de
montagem de automóveis Volkswagen e Skoda em 2005. Segundo o relatório "MPLA, Sociedade Anónima", do jornalista Rafael
Marques, a empresa vencedora do concurso, registada nos EUA, comprometeu-se a
vender 49% da sua filial angolana a cinco entidades: a Mbakassi & Filhos,
do novo dono da Controlinveste; a Acapir, de Tchizé dos Santos, filha do
presidente angolano; a GEFI, empresa do MPLA; a Suninvest, da Fundação Eduardo
dos Santos; e a Tchany Perdigão Abrantes, prima de Tchizé.
Foi publicado na altura que António
Mosquito terá ficado desagradado por lhe terem sido retirados 16% da sua quota
a favor da de Tchizé, entretanto nomeada vice-presidente do consórcio. Três
dias depois da assinatura do contrato, o presidente Eduardo dos Santos mandou
juntar à mesma mesa o representante da empresa vencedora e António Mosquito,
para deixar em ata que não existiam suspeitas de favorecimento da filha do
presidente angolano, que deu luz verde ao negócio numa reunião posterior do
Conselho de Ministros.
Credores, bancos e Oliveira
ficam com 49% da Controlinveste
Com a venda da maioria do capital do
grupo de media, os 49% restantes irão ficar nas mãos do antigo dono, Joaquim
Oliveira, e dos bancos credores da Controlinveste. O maior credor, que segundo
o jornal i teve um papel liderante no negócio agora concluído, é o BCP, cujo
principal acionista é a petrolífera angolana Sonangol.
Ainda segundo o jornal i, a entrada do
fundo angolano para liderar a Controlinveste poderá passar pela venda a curto
prazo do Jornal de Notícias, O Jogo e a rádio TSF, bem como de cerca de duas
centenas de trabalhadores do Diário de Notícias. Para além destes órgãos de
comunicação passam também para as mãos do empresário angolano as participações
maioritárias que o grupo detém no Jornal do Fundão e Açoriano Oriental, as
revistas "Volta ao Mundo" e "Evasões", para além da fatia
de 49% no Diário de Notícias da Madeira, 50% da gráfica funchalense, 23% da
agência Lusa e 33% da distribuidora VASP, bem como da propriedade da gráfica do
grupo, a Naveprinter.
O interesse angolano na holding
Controlinveste já tinha sido noticiado no ano passado, mas dessa vez o comprador
era a Newshold, a empresa detentora do semanário Sol e de 15% do grupo Cofina,
para além de ter sido candidata a comprar a RTP na privatização falhada de
Miguel Relvas e António Borges. Em Fevereiro de 2012, o Correio da Manhã
noticiou uma reunião em Lisboa, mediada por Dias Loureiro, entre Joaquim
Oliveira e um representante da Newshold, de Álvaro Sobrinho. Mas o rebentar do
escândalo de lavagem de dinheiro "Monte Branco", que envolveu
Sobrinho enquanto acionista da gestora de fortunas Akoya, pode ter levado o
regime angolano a encontrar uma solução alternativa para aumentar o controlo
sobre a comunicação social portuguesa, agora encontrada através do fundo de
capital de risco de António Mosquito Mbakassi.
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Grupo que detém o DN, JN e TSF negociado com fundo angolano
Um fundo de capital de risco, liderado pelo
empresário angolano António Mosquito, está em negociações para a compra do
grupo que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, O
Jogo e a TSF. Caso se concretize a operação, o fundo passará a deter mais
de 50% do capital da Controlinveste. A notícia foi avançada nesta terça-feira
pelo jornal i e confirmada pelo PÚBLICO.
O restante capital será
dividido em duas parcelas: uma para o BCP e BES, os principais credores da
Controlinveste que reconvertem dívida em capital, outra para Joaquim Oliveira,
actual presidente do conselho de administração.
António Mosquito M’Bakassy, 56 anos, é um dos
grandes investidores do Banco Caixa Geral Totta Angola, detido pela Caixa Geral
de Depósitos e pelo Santander. O empresário detém 12% da instituição bancária e
está à frente do grupo António Mosquito, com interesses em áreas como o
automóvel, petrolífero e diamantes. É da província do Huambo.
O jornal i adianta ainda que os novos
donos do grupo de comunicação social ponderam a saída de 200 trabalhadores. A
criação do fundo pode ainda implicar a venda de activos como o Jornal de
Notícias, O Jogo e a TSF, para amortizar a dívida, continua o
diário. Quanto ao DN, será alvo de uma “profunda reestruturação”.
O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar Joaquim
Oliveira e Rolando Oliveira, administradores da Controlinveste.
Notícia actualizada às 13h55
Clarifica que negócio ainda não está fechado.
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Comentário de Antonio
de Sousa no Facebook:
Media Angolanos compram grupo do Diário de Notícias, TSF e O Jogo
O empresário Joaquim Oliveira formalizou a venda da Controlinveste, dona do Diário de Notícias, da TSF, do O Jogo e do Jornal de Notícias, a um grupo angolano. Não são conhecidos para já os detalhes do negócio.
A Controlinveste foi vendida a um grupo angolano, avança o Económico na sua edição online, sem revelar o nome do comprador nem o montante envolvido no negócio.
A Controlinveste é a dona de órgãos de comunicação social em Portugal como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a TSF e o O Jogo.
A RTP aponta o empresário angolano de sucesso António Mosquito, como um dos compradores.Foram comprados 50 por cento das acções.
A TSF é uma Rádio Noticias que teve, desde a sua abertura, impressões digitais de angolanos e agora vai ser detida, parcialmente, por angolanos.
Foi sempre uma "Rádio Escola" para mim.D avid Borges e Jorge Perestellos, são só algumas referências. Aliás, um dos meus mestres firmou-se na TSF. Estou a falar de Luis Lourenço biógrafo oficial de José Mourinho, de quem é amigo próximo há várias décadas. Autor dos livros José Mourinho e José Mourinho: Um Ciclo de Vitórias.
Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Católica Portuguesa.Jornalista Editor da TSF, desde a sua fundação e durante dezassete anos, transmitiu-me de parte do que conheço do jornalismo, sobretudo o de rádio, a quem sempre agradecerei.
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