Fonte: Club-k.net - 14 janeiro 2014
Lisboa - O Presidente José Eduardo dos Santos deu aval para detenção do ex-Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado, Sebastião José Martins, em consequência dos assassinatos dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule. (Martins pertence a classe do generalato, com a patente de Comissário-Chefe e estes só podem ser detidos com o consentimento do comandante-em-chefe, a menos que tenham sigo flagrados numa anomalia.)
A aprovação da detenção do ex-patrão da secreta angolana surgiu no seguimento de um interrogatório ao qual o delegado do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) em Luanda, António Manuel Gamboa Vieira Lopes depôs dizendo que ele e os seus colegas receberam a ordem de execução dos dois activistas por telefone e dadas pelo seu antigo superior hierárquico.
Sebastião Martins que se encontrava nos Estados Unidos da América foi ordenado que regressasse imediatamente ao país para tratar de um alegado “assunto de serviço”.
O mesmo deverá ser colocado na cadeia de São Paulo. Na manha desta terça-feira, foram visto trabalhadores a pintar e arranjar duas celas (pinturas, casas de banho, portas, janelas, camas etc.) para receberem Sebastião Martins e o Comissário Dias do Nascimento, Segundo comandante da polícia de Luanda, que no dia da execução orientou o disparo mortal contra Alvés Kamulingue.
Em meios da inteligência angolana, há fortes suspeitas de que o delegado do SINSE, António Vieira Lopes terá sido persuadido pelas autoridades no sentido de apresentar uma versão a implicar o antigo Chefe da Secreta, Sebastião Martins, no sentido de salvaguardar a imagem de um alto dirigente do BP do MPLA, que está a ser identificado como o mandante da operação.
Autoridades procedem com mais detenções
As autoridades judiciais angolanas prenderam preventivamente, na manha desta terça-feira (14), em Luanda, mais quatro agentes dos órgãos de Segurança de Estado implicados no assassinato dos activistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue, em 2012.
Os novos detidos são António Manuel Gamboa Vieira Lopes, delegado do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado em Luanda; Manuel Miranda, chefe da Investigação Criminal da Ingombota, Luís Miranda, chefe dos Serviços Sectores do Comando de Divisão da Ingombota e um investigador identificado por “Osvaldo”. Todos eles estão na comarca de Viana.
O quarteto encontravam-se já na condição de arguidos, embora em liberdade desde os primeiros interrogados procedidos pela Procuradoria Geral da República.
Os mesmos deverão juntar-se na cadeia outros colegas que se encontram detidos desde a primeira etapa do processo.
A saber
1 - Tcheu, ex-chefe de escolta do governador de Luanda, Bento Bento;
2 - Paulo Mota, delegado adjunto do SINSE/Luanda;
3 - Francisco Pimentel Tenda Miguel, tcp Kiko, agente DPIC
4 - A.Loy, agente SINSE/Luanda;
5 - Lourenço Sebastião, chefe do SINSE/Viana
6 - Tucayanu, agente SINSE/Luanda
7 - Fragoso, agente SINSE/Luanda;
Isaías Cassule e Alves Kamulingue foram raptados pelas autoridades por tentarem realizar uma manifestação a 27 de Maio de 2012 para reivindicar pensões dos antigos combatentes da Unidade Guarde Presidencial (UGP).
Após o rapto, ambos foram torturados, e um deles, Alves Kamulingue lançado num rio com jacarés na província do Bengo enquanto que Isaías Cassule foi executado com um tiro na cabeça.
Não obstante as detenções, figuras da sociedade civil ligadas as Mãos Livres tem desafiado as autoridades em relação a entidade do regime que deu as ordens para os agentes procederam com os assassinatos dos dois ativistas.
0 comentários:
Enviar um comentário