Dia de África
Chefe de Estado considera paz fundamental para a integração africana
Chefe de Estado considera paz fundamental para a integração africana
Fonte: Angop
– 26.05.2013
Luanda
-O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, considerou hoje
que a integração do continente africano só poderá ser realizada por
fases, assente no primado da paz e estabilidade da democracia e da governação a
nível de todos os países.
Esta
afirmação do Chefe e Estado angolano está contida, de acordo com fonte
oficial, numa mensagem por ocasião do Dia de África que hoje se assinala, tendo
realçado que um dos objectivos mais ambiciosos perseguidos pela União Africana
é, sem dúvida, a integração política do continente.
Na missiva
José Eduardo dos Santos refere que volvidos que são cinquenta anos desde
a fundação da Organização da Unidade Africana (OUA), hoje União Africana (UA),
podemos considerar essa decisão dos chefes de Estado africanos de então como um
dos factores mais importantes para a criação de mecanismos para preservar os
interesses e concretizar as aspirações mais profundas dos povos africanos em
relação à independência nacional, à liberdade ao progresso sócio - cultural e
ao desenvolvimento em geral.
A
mensagem prossegue num contexto internacional difícil, marcado pela
chamada Guerra Fria e caracterização por relações de forças
desfavoráveis ao nosso continente, a OUA teve que
fazer face a ingerências externas e mesmo a intervenções de
potências extrnas, à actuação violenta de mercenários e à instabilidade
provocada por golpes de Estado, movimentos secessionistas e disputas
violentas pelo poder, com impacto extremamente negativo na vida dos povos.
A OUA
mostrou-se à altura dos acontecimentos da época, ao advogar uma posição firme
na defesa da independência nacional, da soberania e da integridade territorial
dos novos Estados africanos, consagrando o princípio da intangibilidade das
fronteiras herdadas da situação colonial.
A
solidariedade expressa no apoio multiforme dispensado aos Movimentos
de Libertação Nacional, com vista à complexa descolonização do Continente africano
e à erradicação do regime racista do “ apartheid”, constituiu sem dúvida um dos
momentos mais altos e inolvidáveis da história da nossa
organização continental.
O chefe de
Estado realça ainda que o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma
nova conjuntura internacional levaram a OUA a refundar-se em União
Africana e a adoptar uma nova dinâmica, com vista a apoiar os processos de
democratização multipartidária como via de legitimação do
poder político e da promoção dos
direitos fundamentais do homem, abrindo assim uma nova era da
estabilidade e desenvolvimento para os povos africanos.
Nessas
circunstâncias, e tendo em conta o fenómeno da globalização, começaram
a efectivar-se os processos de integração sub-regional,
para optimizar as potencialidades de desenvolvimento económico
e social, salvaguardando a soberania de cada um dos nossos
países sobre os seus recursos naturais para que pudessem beneficiar e
dar satisfação às necessidades de progresso e bem-estar dos nossos povos.
A União
Africana propôs-se assim salvaguardar a estabilidade política como base
indispensável ao desenvolvimento, consagrando o princípio de não reconhecimento
de governos instalados por via da violência ou por meios não
constitucionais e anti- democráticos.
Convém
realçar que esta medida foi um dos principais factores a impulsionar não só a
soberania e integridade territorial dos países africanos mas
também os seus processos internos de democratização e de reforço da
estabilidade política e social, contribuindo para diluir e reverter o
sentimento do chamado “ afro-pessimismo”, que deu lugar a um processo de
crescimento sem precedentes, não obstante os desafios com que ainda se
confrontam os nossos países para atingirmos os Objectivos do Milénio.
A União
Africana, que tem contado com o apoio e a participação da Organização
das Nações Unidas (ONU), desempenha hoje um papel fundamental na resolução dos
conflitos do continente, fazendo realçar a via pacífica e a diplomacia
preventiva como as formas mais adequadas à promoção e preservação dos
processos democráticos e de desenvolvimento económico e social.
Concorrendo
para a consecução de tão nobre desiderato as
comunidades económicas de integração sub-regional
têm desempenhado um papel de relevância na promoção do desenvolvimento
económico e social sustentado, efectivamente a difusão e preservação dos
valores políticos comuns, essencialmente à concertação continental ao mais alto
nível.
Ao
assinalar o meio século de existência, a nossa organização continental está, pois,
viva e de boa saúde e auguramos-lhe um futuro radioso a favor do progresso e
bem estar-dos povos africanos.
Lideres africanos iniciam hoje 21ª
sessão da assembleia da organização
Addis Abeba -
Os chefes de Estado e de governo da União Africana reúnem-se hoje (domingo) e
segunda-feira, em Addis abeba, capital etiope, na 21ª sessão ordinária da
assembleia da organização.
Angola
estará representada pelo Vice-presidente da Republica, Manuel Vicente.
Segundo o
programa, os dirigentes africanos vão realizar um encontro inaugural do
mecanismo de supervisão da plataforma de paz, segurança e cooperação para a
República Democrática do Congo e a região dos grandes lagos, antes de iniciarem
a sua 21a sessão da assembleia.
A agenda de
trabalhos reserva igualmente, no intervalo do meio-dia da 21ª sessão
ordinária, uma reunião de alto nível sobre o observatório africano do Sida em
África.
Segunda-feira,
os chefes de Estado e de governo voltam as instalações da UA para concluir a
sessão da assembleia.
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