terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Quem é o empresário angolano que esbanjou mais de 200 mil Euros no aniversário da filha em Portugal?



Por: Drowski Notícias & Opiniões / Pedrowski Teca – 1 de Dezembro de 2015

Desde o Domingo passado, 29 de Novembro de 2015, cidadãos angolanos e não só, têm estado eufóricos nas redes sociais da internet, após um orgão de comunicação social português, o Correio da Manhã, ter divulgado a notícia de que um empresário angolano, Pinto Paulino Manuel Conto, ofereceu uma festa de luxo, orçado no valor de mais de 200 mil Euros, em alusão aos 15 anos de aniversário de sua filha, Anabela Conto.

O evento realizou-se no Sábado, 28 de Novembro de 2015, quando a menina e sua família foram transportadas numa limosine branca “para ser apresentada a sociedade” e levada por um helicóptero até o local da festa, a Quinta do Grilo, Montachique, em Loures, Portugal.

“Me sinto muito feliz. É uma festa que nunca esperei. (…) Estou muito emocionada que não sei como”, disse Anabela Conto.

Já no local da festa, em entrevista apresentada pelo Correio da Manhã, a aniversariante acrescentou: “Eu infelizmente não sabia da festa. Eu pensava que ia ser uma festa normal, sem helicóptero, sem nada, depois aparecesse um monte de surpresas e tal. Ficaram a esconder-me tudo.”

Ainda segundo o Correio da Manhã, na festa estiveram vários ministros angolanos, e esteve também o embaixador António Martins da Cruz, ex-ministro dos negócios estrangeiros português. De Angola, foram cerca de 60 convidados para a festa de Anabela Conto.

“Entre passagens de avião para os convidados, autocarros, limosine, helicóptero, serviços de segurança e o aluguer da quinta (Quinta do Grilo), Pinto Conto ofereceu à filha uma festa que custou mais de 200 mil Euros. Na festa de Anabela Conto não faltou nada, nem mesmo uma montra de jóias com cerca de 1 milhão de Euros exposto para quem quisesse comprar. E se a festa dos 15 anos foi assim, ficamos a aguardar a festa do dia do casamento,” rematou o Correio da Manhã.





Em outra notícia do Correio da Manhã (CM) revelou-se também que uma atriz da TVI, Rita Pereira recusou marcar presença no 15º aniversário da Anabela Conto na Quinta do Grilo, Montachique, Loures, mesmo depois de os pais da menor lhe terem oferecido três mil euros. A recusa do convite terá a ver com o facto de ter outros compromissos.

O CM revelou que a mesma festa de aniversário também teve como objectivo de apresentar a adolescente Anabela Conto à sociedade.

O CM soube que Luciana Abreu, a cantora angolana Kataleya e a atriz Cristina Areia também foram contactadas mas estavam ocupadas e não chegaram sequer a negociar valores.

Consequentemente, cidadãos angolanos e não só, criticaram o esbanjamento de mais de 200 mil Euros por parte do empresário angolano Pinto Paulino Manuel Conto, tendo em conta a crise económica e financeira que devasta a República de Angola.

Entre os ditos e não ditos, a questão que não se quer calar é: quem é o Pinto Paulino Manuel Conto? Quê mal há quando decide gastar 200.000 Euros para celebrar o aniversário da sua filha? Porquê associa-lo à crise económica e financeira angolana?

Na tentativa de responder à algumas dessas perguntas, uns afirmaram que o empresário é simplesmente a “testa de ferro” de dirigentes angolanos, alguns disseram que “é de ingenuidade descomunal acreditar que existem empresários em Angola. O que são pessoas a enxugarem o dinheiro público”, e outros alegaram que “em Angola, não tem rico honesto”.




Quem é o empresário Pinto Paulino Manuel Conto? O KÍNGUILA QUE SE TORNOU EMPRESÁRIO.

As pesquisas feitas por este portal, demonstraram que Pinto Paulino Manuel Conto é um cidadão angolano, na casa dos 35 anos de idade, natural do município do Porto Amboím, província do Kwanza Sul.

Deslocou-se para a capital do país, Luanda, na década de 90, onde começou a exercer a actividade de venda e troca de divisas (dinheiro) no mercado informal do Cassenda. Uma profissão informalmente denominada “Kínguila”, em Angola.

Este portal desconhece o que mais o empresário fez durante quase uma década desde que chegou em Luanda, mas em 2001, tornou-se o fundador e Presidente do Conselho de Administração (PCA) de um grupo empresarial com seu próprio nome: Grupo Pinto Conto & Filhos, Lda (GPC), que inicialmente denominou-se Comércio Geral e Assistência Técnica (CGAT).

O Grupo Pinto Conto, segundo o seu website (http://pintoconto.com/historia.html) é um grupo 100% nacional, que actua em 7 sectores, entre os quais: construção civil, hotelaria, prestação de serviços de segurança pessoal e empresarial, serviços de transportação de materiais de construção e empresarial, e também é proprietário de uma agência de viagens.

“Para além de sermos um grupo 100% nacional, investimos em quadros recém-formados, dando oportunidades de emprego e/ou estágios profissionais. O GPC acredita sempre na integridade cívica do ser humano, no seu prestígio, honestidade, confiança e humildade,” lê-se no website.

No seu portfolio, a empresa expõe-se como tendo concretizado vários projectos, entre os quais: A construção da agência do Banco de Poupança e Crédito (BPC), e do Hotel Vunge-Kita, ambos no município do Lobito, província de Benguela; Fazendo também a construção de residências e serviços de terraplanagem.


 



CONTROVÉRSIAS: DINHEIRO DE CABRITISMO?

Cabritismo é o termo usado em Angola para descrever a corrupção e o favoritismo praticado por um funcionário público, com a finalidade de enriquecimento ilícito.

Na Terça-feira, 16 de Julho de 2013, o portal de informações angolanas, Club-k.net, divulgou notícias que envolveram o nome do empresário, Pinto Paulino Manuel Conto, em actos de cabritismo com o PCA do Banco de Poupança e Crédito (BPC), proprietária do Estado Angolano.

Segundo o portal, uma empresa de construção civil conotada ao Presidente do Conselho de Administração do BPC, Paixão António Júnior, estaria com o monopólio para a realização de obras de construção das estruturas das agências daquela instituição bancária estatal.

“A referida empresa que atende pelas síglas CGAT- Comércio Geral Assistência Técnica e Obras Públicas tem na sua gestão, um cunhado de Paixão Júnior identificado por “Marcos”, mas é o empresário Pinto Paulino Manuel Conto que se assume como seu principal entusiasta”, lê-se no artigo do Club-k.net.

O portal não conseguiu estabelecer qualquer relação de parentescos entre Pinto Paulino Manuel Conto e Paixão António Júnior, mas alegou haver laços entre ambos, que estão patentes em algumas iniciativas de cumplicidades.

Entre as iniciativas, o portal mencionou que no início do campeonato de futebol angolano, Girabola, em 2013, Pinto Manuel Conto ofereceu um cheque ao progresso do Sambizanga, equipa de futebol que tem Paixão António Júnior como Presidente.

“Há poucos anos atrás, Pinto Conto comprou uma vivenda (na rua três, no bairro Cassenda) que a demoliu dando lugar a uma nova. Na festa de inauguração da nova casa, o PCA do BPC compareceu na mesma”, relatou o Club-k.net.

Adicionalmente, o portal realçou que a CGAT de Pinto Manuel Conto estava engajada na construção de uma nova agência do BPC na rua Rainha Jinga, no município da Ingombota, em Luanda, e de dois edifícios no município do Lobito, em Benguela.

“Foi igualmente a responsável pela reabilitação das dependências deste banco estatal na cidade do Sumbe”, relatou.

Num artigo publicado pelo jornal semanário OPaís, aos 23 de Abril deste ano, revela-se que o Grupo Pinto Conto existe desde 2002 e entrou em funcionamento em 2004/2005.

“Hoje, temos escritórios em Luanda, a sede, em Benguela, no Lobito, Porto Amboím, Zaire, no Soyo e Saurimo, na Lunda Sul e Kuando Kubango, em Menongue”, reportou OPaís, revelando que sobre a facturação do grupo, o empresário Pinto Conto afirmou que ‘de uma forma geral o grupo tem uma facturação de U$D 40 milhões ano’.”




ACÇÕES DE CARIDADE E INVESTIMENTOS

Embora parecendo ser uma figura desconhecida para milhares de usuários das redes sociais, angolanas e não só, o Grupo Pinto Conto & Filhos, Lda (GPC) do empresário angolano Pinto Paulino Manuel Conto tem o mínimo das suas actividades expostos ao público.

Evidentemente existem apenas alegações sobre uma suposta origem duvidosa do dinheiro do empresário, e vagas informações sobre quanto e como o mesmo grupo ganha em suas actividades, mas as nossas pesquisas demonstram que existem várias notícias publicitárias de inúmeras actividades de caridade feita por Pinto Paulino Manuel Conto, principalmente em 2015. Onde sai tanto dinheiro que ainda sobra para tantas doações?

Em Abril deste ano, o Grupo empresarial angolano Pinto Conto investiu USD 11,2 milhões na construção de um edifício de seis andares, no município de Porto Amboím, província do Kuanza Sul. O empreendimento inaugurado no dia em que se festejou 13 Anos de Paz, 4 de Abril, comporta áreas para habitações, centro comercial e um banco e destinam-se a aluguer, já que a cidade tem vindo a receber imensas empresas que se instalam na localidade. Financiado pelo Banco de Poupança e Crédito (BPC), a construção do empreendimento vem colmatar uma lacuna existente neste domínio naquela localidade.

A notícia sobre o USD 11,2 milhões na construção do edifício, foi divulgada pelo jornal semanário OPaís, em Luanda, que também relatou que a Grupo Pinto Conto existe desde 2002 e entrou em funcionamento em 2004/2005.

“Hoje, temos escritórios em Luanda, a sede, em Benguela, no Lobito, Porto Amboím, Zaire, no Soyo e Saurimo, na Lunda Sul e Kuando Kubango, em Menongue”, reportou OPaís, revelando que sobre a facturação do grupo, o empresário Pinto Conto afimrou que ‘de uma forma geral o grupo tem uma facturação de U$D 40 milhões ano’.”

Em Maio de 2014, o Grupo Pinto Conto deslocou-se a província da Lunda Sul para, em gesto de solidariedade, oferecer bens materiais e alimentares ao Orfanato um (1) de Dezembro, ao Lar São João Calábria e no lar de terceira idade daquela província. O acto decorreu na manhã de 1 de Maio, dia internacional do trabalhador e contou com a presença da governadora Cândida Narciso (na foto levantando a mão do empresário) e outros membros governamentais da Província da Lunda Sul. Com cerca de 75 toneladas de diversos bens. Os produtos foram avaliados no valor de 180 mil dólares americanos.

Em Junho deste ano, o empresário Pinto Conto, na província do Cuanza-Sul, procedeu, na cidade do Porto-Amboím, a doação de 40 toneladas de diversos bens de primeira necessidade, com a finalidade de socorrer as vítimas das enxurradas naquela localidade. Dos bens doados constam sacos de arroz, de farinhas de milho, óleo vegetal, caixas de massa alimentar, sacos de açúcar, leite condensado, bolachas, colchões e chapas, entre outros. Em declarações à  Angop, o empresário frisou que a iniciativa visou responder ao apelo das autoridades e da população vítima das chuvas do Porto-Amboím. Referiu que tais iniciativas iriam continuar com vista a auxiliar o governo na resolução de vários problemas que afectam a população.

Aos 30 de Setembro deste ano, o Hospital Materno Infantil "Mãe Jacinta Paulino" e o Centro de Saúde "Ana Paula", no município de Viana, em Luanda, receberam donativos diversos brindados pelo Grupo Pinto Conto e Filhos.

A 4 de Outubro do ano corrente, o jornal de Angola noticiou que depois do Centro Médico da Cidade do Kilamba, do Hospital Materno Infantil “Mãe Jacinta Paulino” e do Centro de Saúde “Ana Paula”, no município de Viana, foi a vez do Hospital Américo Boavida  beneficiar de um donativo composto por bens diversos, numa acção de beneficência do Grupo Pinto Conto e Filhos.

Tal como nas instituições anteriores, no Américo Boavida, o empresário Pinto Conto entregou materiais hospitalar, bens de primeira necessidade, um cheque no valor de um milhão e duzentos mil Kwanzas e outro de quinhentos mil Kwanzas, para fundo de maneio e despesas correntes. Foram entregues ainda cadeiras de rodas, ­canadianas, colchões  entre outros meios. Segundo Pinto Emanuel Conto, presidente do Grupo, a iniciativa não é isolada e faz parte da política de responsabilidade social da empresa, que procura combinar uma actuação sólida no mercado, mas também uma presença responsável na comunidade onde está inserida. O empresário anunciou o envolvimento da empresa, com iniciativas próprias nas festividades dos 40 anos da independência do país. Segundo o mesmo, “elaboramos um programa de actividades como doações em diversos segmentos da nossa sociedade, a centros de acolhimento, viúvas de antigos combatentes, unidades hospitalares e escolas”.

SUPOSTA CONVERSA VASADA

Ainda sobre este assunto, circula nas redes sociais uma conversa supostamente tida pelo embaixador itinerário angolano, António Luvualu de Carvalho, no WhatsApp, onde o mesmo terá afirmado ter alertado ao empresário Pinto Conto sobre as despesas da festa.

“Muito sinceramente eu avisei. Mas, o dono da festa não quis ouvir. Expôs as pessoas como o embaixador António Martins da Cruz”, lê-se.

A conversa privada, mas com conteúdo de interesse público, pareceu ser entre o embaixador Luvualu e um dos seus parentes, que sugeriu que se deve questionar “o que é que o Pinto quer a verdade”.

O mesmo parente afirmou que actualmente o embaixador Luvualu ocupa uma posição “muito importante” e que é preciso ver as coisas “de outra maneira”.

“Sim. Por isso vês que eu não estou em nenhuma filmagem, nem fotografia”, lê-se as palavras atribuidas ao embaixador Luvualu, cujo nome parecia: “luvualu lusiadas”.

O parente referiu também que a situação iria chegar à atenção da Polícia Judiciária portuguesa.

“Polícia judiciária e o fisco vão querer saber de onde vieram ou por onde passaram esses 200.00 € para essa festa. Isso é muito mau. Já recebi o video de 17 pessoas diferentres e de 3 mais velhos do M (MPLA)”, supostamente lamentou o embaixador.

A conversa continuou com lamentações “numa altura em que o chefe (entende-se: o presidente José Eduardo dos Santos) está a pedir contenção”.

“Aconselha o teu amigo a ter calma. Isso é desnecessário”, lê-se.  




Referências:















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