sexta-feira, 24 de maio de 2013

A grande descoberta do avô JES na província do Bengo – Pedrowski Teca




Fonte: drowski3.blogspot.com

Dou início à este exercício mental com as palavras do velho ditado: “o sábio nunca faz exibição de grandeza própria, e por isso consegue ser grande. Se ao menos calásseis, tomar-vos-iam por sábios”.

Não é minha intenção e jamais será, o questionamento da sabedoria incomparável, inimitável e porque não dizer: a sabedoria insubstituível de Sua Excelência, o arquiteto da paz, o Senhor Enginheiro, o avô José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola “oficialmente eleito”, que pela vasta e insuperável experiência na sua (des)governação de quase 34 anos lhe compete o elevado grau de sabedoria.

Se ousarmos em fazer uma retrospectiva, efectuando buscas de memórias recentes daquilo que o quadrante político angolano nos tem perspectivado, relembraremos que à luz da Constituição atípica de 2010, há uma obrigatoriedade legal para que a Sua Excelência José Eduardo dos Santos dirija-se à Nação Angolana e é exactamente nesta vertente que nos tem agraciado com os seus maiores discursos de todos os tempos.

É de louvar que com certas pressões e imposições, Angola está a progredir, embora engatinhadamente, para uma (des)governabilidade aberta e de ajustes de contas. Querendo com isso dizer que embora tentando à todo custo esquivar-se como foi o caso na última vez em que a Constituição o obrigava a falar à Nação, nota-se uma certa abertura por parte de Sua Excelência.

Esquisitamente, o avô, que todo mundo conhece como tímido e introvertido, tem se transformado num homem que supostamente até já escreve ou dispensa os seus próprios discursos elaborado e dá uns “freestyles” de momento exercitando a sua voz da sabedoria.

Portanto, em certas ocasiões de freestyles de momento, já fomos agraciados com um discurso da fome que culpava o colono Salazar pela pobreza extrema em Angola após mais de 30 anos de independência e comandava por um “diálogo com a juventude” que até ao momento foi apenas os mesmos da JMPLA e do CNJ.

Ontem, 23 de Maio de 2013, o avô fez uma grande descoberta que sem pápas na língua conseguiu exprimi-la em directo nos ecrãns da nossa Televisão Pública de Angola a partir de Caxito, Bengo.

Esquisitamente gesticulando, franzindo a testa de seriedade como se estivesse fazendo uma análise extremamente profunda talvés com base às obras de “esferovites” feitas pela Odebrecht, que trabalha em Angola já à 30 anos, o avô afirmou que pelo que pessolmente acabou por constatar, fez um cálculo estimativo de que a Província do Bengo precisa de 1 bilião de dólares americanos só para a construção de linhas rodoviárias.

Fantástico! Brilhante! Plausível!

Aposto que esta estimativa que alguns poderão defender ser “indiscutível”, inclui as percentagens “gasosais” a serem extraídos e extraviados pela gama hierárquica corruptível da governação à subordinação, endotrinados na crença de que “o cabrito come onde lhe amarram”.

E duma forma extraordinária, os órgão públicos de comunicação social sabem, talvés por bajulação e intencionalmente, desinterpretar e desinformar o público com manchetes do tipo: “Dar dinâmica ao Bengo”, “Vias de acesso ao Bengo serão reabilitadas”, “Deslocação do Chefe de Estado ao Bengo permitirá maior dinâmica ao processo de desenvolvimento” e outros títulos de enfeite baseados nos 1 bilião de dólares americanos.

Será que estes jornalistas e suas equipes não entenderam quando o avô afirmou que aquilo era simplesmente uma estimativa que ao meu parecer é impírica?
Será que os senhores e as senhoras jornalistas não se aperceberam que este ano o Bengo está nas escuras e na seca diante do Orçamento Geral do Estado? Será que não entenderam que com tais desinformações fizeram com que o pacato cidadão do Bengo pensasse que os 1 bilião serão atribuidos já?

Será que concumitantemente não entenderam quando o governador do Bengo, João Bernardo de Miranda, apelou ao avô pela aprovação de um plano especial de desenvolvimento para a província mas somente no Orçamento Geral do Estado de 2014? Onde sairá os 1 bilião que de forma sensacionalista os jornalistas atribuiram à tal dinâmica na Província do Bengo?

Estranhamente, a grande descoberta estimática do avô, não me surpreendeu porque o que mais me chocou foi a revelação de que a província do Bengo não consta no plano de desenvolvimento do Orçamento Geral do Estado de 2013.

Mas o que realmente o avô foi fazer numa província onde sabe que este ano não disponibilizou nenhuma nota de Kwanza? Então distribui-se o dinheiro noutras províncias e o Bengo é que alberga a tal de terceira reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros?

O avô não foi apenas um mão de vaca para o Bengo no OGE deste ano mas nesta única viagem, enviabilizou de certa forma a economia da mesma e duma parte de Luanda como forma de segurança máxima feita pelo seu exército, Unidade da Guarda Presidencial (UGP).

Militares da UGP foram distribuidos por tudo quanto é canto, alguns destacados nos municípios dos Dembos, Quibaxe, Pango Aluquem e Bula Atumba onde algumas vias foram interditadas.

Será que o avô não percebe o efeito negativo deste exercício de segurança anormal para com a economia e as vidas das pronvíncias e cidadãos que são obrigados à abandonarem os seus planos por causa de Sua Excelência?

Que país é esse e que futuro teremos quando uma província é excluida no plano nacional de desenvolvimento do Orçamento Geral do Estado, enquanto na mesma priorizamos em termos de fundos e mundos, a segurança de Sua Excelência com muitos biliões de dólares?

Será que o Bengo é a única província que foi excluida do Orçamento Geral do Estado de 2013? O Manguxi deve estar a rolar no túmulo pelo abandono e destratamento condenável que o Zecutivo está a prestar à sua terra natal.

Os bons exemplos e conselhos são úteis e recomendáveis: enquanto estamos a priorizar e investir biliões de dólares americanos na segurança de Sua Excelência, o avô, países como a vizinha Namíbia, fazem da educação, a seguir o sector da saúde, como os itens prioritários nos seu “State Budgets”.

Portanto, repito e de forma clara e objectiva o velho ditado: “se ao menos calásseis, tomar-vos-iam por sábios”.
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